quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Os Sete Mergulhos...

Conta-se que no Tibete, região fria por demais, cada recém-nascido era, assim que saia da barriga materna, submetido a um teste de vida ou morte: era mergulhado numa tina de água com a temperatura da neve dos picos tibetanos.

Mas o processo não se restringia a isso; não era apenas um mergulho, eram sete!!

A princípio, isso pode parecer aos “politicamente corretos ocidentais do Novo Mundo” uma sessão de tortura e duvido que, mesmo entendendo a causa, algum de nós, em sã consciência, permitiria que isso fosse feito ao seu próprio filho; porém, para eles, fazia todo o sentido, uma vez que, mergulho por mergulho, os pulmões se abriam cada vez mais e se, no final de tudo, aquele pequenino ser sobrevivesse, todos na aldeia tinham certeza de que seria abençoado, saudável e próspero; aclimatado e merecedor do dom da vida; parte do meio ambiente que com seu clima terrível não favorecia aos mais fracos.

Nós, nessa caminhada de mudança de Ciclo, estamos passando por algo parecido.

Quanto medo cada um desses mergulhos pode trazer, não?

E quantos de nós fugimos – pois temos pernas para correr, diferente dos recém-nascidos – na segunda tentativa?

O certo é que todos aqueles que escolheram evoluir, individualmente, passam pelas mais curiosas provas.

Seu mergulho pode ser familiar, de saúde, no âmbito dos relacionamentos; oriundo da confusão mental que os novos padrões provocam, financeiro, filosófico, energético, etc, etc, etc… Ou tudo isso, um a um, numa sequência que enlouqueceria até a Jó, o paciente servo do Altíssimo, personagem da história judaico-cristã, a quem provaram e provocaram até que…

Até que nada!

Nosso recém-nascido sobrevivente e Jó têm tudo em comum: vida e vida plena, abundante, com propósito. Parece até que podemos ouvir os dois pedindo: “- Só mais um mergulho, agora que já passei por sete… Só mais uma prova, agora que sei que passo com folga e fé por isso!”

Cada vez mais fortes e seguros, ambos continuam com o objetivo de passar pelas provas, pelos testes, pelos mergulhos. Se choram? E como! E será que se lamentam?

Não dá tempo de pensar em nada, a não ser em respirar o próximo quinhão de ar fresco, certos de que nada mais, em tempo algum, será tão difícil quanto a experiência do momento, a qual se torna o mestre mais valioso que poderiam encontrar.

Porque a prova é inevitável, podemos escolher o que sentir durante o teste; no instante em que nos conscientizamos de que não há meio de se modificar o externo, contamos com a luz do potencial interno que se prepara para dar o melhor de nós mesmos para sairmos disso, o quanto antes.

Então, são duas chaves: a consciência da prova e a certeza de que estamos à altura do desafio, ou pensando bem, não faz mesmo o menor sentido continuarmos vestindo um corpo e ocupando espaço; dito desse jeito, soa um pouco cruel, mas vá lá… analise o tanto de gente que luta por apenas mais um dia de vida e coloque-se a postos para quantos mergulhos forem necessários.

Quantos são?

Para os tibetanos eram somente os sete dos primeiros minutos de vida. Nunca mais um habitante daquela aldeia seria provado, porque depois daquilo, estava mais do que claro que deveria ser respeitado. Com Jó, foi a mesma coisa: testes e mais testes, e uma vida longa e feliz, refeita, plena.

Supondo, por isso, que estamos passando pelos mergulhos – figuradamente – é melhor que fiquemos firmes e permaneçamos no local. Não corra, não fuja, não empurre sua tina para os outros, o que não é nada difícil de acontecer.

Isso no nosso caso e quanto aos outros, os que vemos sendo mergulhados, pare de sentir pena. A solidariedade de que todos precisam ao passar pelas provas não se chama “dó”. Fique de braços abertos e toalhas em punhos, pronto para ampara-los quando acabarem seu próprio processo e entenda que isso é individual, não dá para fazer pelo outro, por mais que queiramos trocar de lugar com os nossos entes queridos.

Enquanto isso, tratemos nosso pseudo “algoz”, qualquer que seja, com a confiança que merece, chame-se ele câncer, vício, divórcio, luto ou desemprego.

Depois do sétimo mergulho, você terá a exata percepção de quem verdadeiramente é e estará pronto para testemunhar que a água gelada levou embora seu ego e suas ilusórias necessidades que nem eram importantes; de tanto que chorou e gritou seus pulmões podem respirar mais e melhor; sua vontade de viver é maior do que qualquer circunstância externa e principalmente: você é digno de pertencer a essa existência, o que poderá repetir incessantemente, com o sorriso de um verdadeiro vencedor.

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