“Até que ponto sou livre?”
pergunta o homem ao seu Criador.
“Não posso despojar-me
do meu corpo,
não posso renegar
minhas origens,
não posso fugir
do meu ambiente,
não posso escapar
do meu tempo.”
“Tu não és livre
de tuas condições,
responde Ele,
porém, tu és livre
para te posicionares
diante de teus condicionamentos.
E isto é muito além
o que jamais concedi.”
“Quando giro em torno de mim
mesmo, percorro um caminho infinito,
que não leva a lugar algum.
Porém, ao distanciar-me de mim
mesmo, percebo o caminho
para a pessoa que gostaria de ser.”
“Há uma responsabilidade
diante de meus atos:
sou responsável
pelo que faço, digo, decido...
Mas há também uma
responsabilidade
pela maneira como os faço:
sou responsável pelo modo
como vivo, amo e sofro...”
“O corpo
não pode ser construído,
mas o mal-estar físico
pode ser mitigado.
A alma
não pode ser consertada,
mas o distúrbio psíquico
pode ser curado.
O espírito
não pode ser produzido,
mas a dimensão espiritual
pode ser despertada.”
“O que é genuíno
não pode ser desmoralizado,
o que não é mascarado
não pode ser desmascarado,
o que tem sentido
não pode ser questionado.”
“Um corpo estranho penetra
na concha,
ferindo-a.
A areia áspera
machuca sua carne.
A concha sofre.
A concha tenta expelir
o intruso
e fracassa.
O grão de areia fixou-se.
A dor não pode
ser eliminada.
Então o animal,
a partir do âmago
da sua natureza,
busca a força
para transformar o sofrimento
em triunfo.
Do sofrimento e da aflição,
da seiva de suas lágrimas,
surge,
em longos processos
de crescimento interior,
a pérola.”
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